Uma pergunta muito frequente que os familiares de pacientes com demência me fazem é se devem ou não institucionalizá-lo. Já de antemão aviso: não há resposta certa. Nestes casos, tento entender a estrutura de cuidados e orientar a família para que possam decidir o que parece mais justo com o paciente, sem o sentimento de culpa por parte da família.
É compreensível existir uma sensação de abandono quando um paciente vai para uma instituição de longa permanência (casa de repouso). Porém, em alguns casos, este é um local em que os cuidados, convívio social, segurança e organização dos hábitos de vida podem ser mais adequados do que o paciente recebe em sua própria casa. E isso pode ocorrer porque os cuidadores também estão doentes ou muito idosos, por falta de funcionários ou estrutura física, mas também por vontade do próprio paciente e da família.
Tenho pacientes que se mudaram para uma instituição enquanto ainda estavam plenamente funcionais e independentes, sem nenhuma dificuldade cognitiva, e tiveram uma ótima experiência. Outras vezes, a família busca essa opção quando o paciente já não tem mais capacidade de realizar de maneira independente suas atividades básicas. Seja qual for o momento ou o motivo, a institucionalização pode, sim, ser uma boa alternativa, tanto para os pacientes quanto para os próprios familiares, desde que isso seja decidido de maneira cuidadosa.
Evidentemente, instituições com estrutura adequada para receber os pacientes costumam ter custo elevado. Então, antes de tomar essa decisão, é importante avaliar se o local se adequa, tanto do ponto de vista de qualidade de cuidados, quanto em termos financeiros. A decisão deve ser tomada em conjunto, envolvendo inclusive o paciente, quando sua capacidade de compreensão e julgamento permitir, de maneira pensada e sem pressa. Erros podem acontecer e, se for o caso, o rápido reconhecimento e correção deles permitirão que o paciente não sofra.
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