Sequelas mais comuns provocadas pela COVID-19 em nosso cérebro

Conforme a pandemia pelo novo Coronavírus se prolonga, passamos a observar e estudar melhor suas consequências em diversas áreas da medicina.
Do ponto de vista neurológico, chama a atenção a manutenção de alguns sintomas após a fase aguda da doença, mesmo em casos leves de COVID-19.
Dores de cabeça, dores pelo corpo, fadiga, esquecimentos, dificuldade de concentração, sintomas depressivos e ansiosos são algumas das queixas mais frequentes de pacientes que, meses após a fase aguda da COVID-19, continuam com sua qualidade de vida comprometida.
Por se tratar de uma doença nova, há escassez de informações científicas sobre seu curso natural. Aparentemente, a maioria das pessoas apresenta melhora progressiva e espontânea dos sintomas sem tratamento específico. Porém outros não, permanecendo com as mesmas queixas por meses. Como não há exato conhecimento do mecanismo pelo qual os sintomas se cronificam, atualmente tratamos cada um deles baseado em conhecimentos prévios, de outras doenças.
Um exemplo é a dificuldade de atenção e concentração, que em alguns pacientes se mantém por meses após a fase aguda da COVID-19. No Congresso Mundial de Transtorno Atenção e Hiperatividade (TDAH) deste ano, discutiu-se justamente a possibilidade do aumento de casos desta condição em decorrência da COVID-19. Apesar de sabermos que o TDAH é uma condição que se inicia na infância, alguns estudiosos advogam que os sintomas pós-COVID se assemelham muito ao TDAH, e alguns casos podem se beneficiar do tratamento já estabelecido para pacientes com este transtorno.
Da mesma forma, dores crônicas e fadiga são comuns em pacientes com fibromialgia e na síndrome pós-COVID. Frequentemente nos apropriamos dos tratamentos bem estabelecidos da fibromialgia para beneficiar pacientes com sequelas da COVID-19, obtendo bons resultados no geral.
O fato é que possivelmente o tempo e a ciência responderão muitas de nossas dúvidas.
Enquanto isso, devemos nos cuidar e seguir as orientações baseadas na ciência.

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