Demência Vascular

Demência é uma condição em que, simplificadamente, o indivíduo apresenta declínio da suas capacidades cognitivas (memória, atenção, raciocínio, dentre outras) a ponto de comprometer seu desempenho em atividades do dia-a-dia que até então realizava.
Existem diversas causas para este sintoma, sendo a Doença de Alzheimer a mais conhecida, uma vez que é a mais comum. Apesar disso, existem outros tipos de demência com as quais devemos nos preocupar.
Uma delas é a demência vascular, que tem prevalência semelhante a Doença de Alzheimer e pode ser causada por diferentes tipos de lesões vasculares do cérebro.
Uma das principais causas da demência vascular é o acidente vascular cerebral (AVC). Dependendo da região do cérebro afetada, além de sequelas motoras e comportamentais, é possível que o indivíduo apresente sequelas cognitivas, como dificuldades na memória, raciocínio, concentração e linguagem. Neste caso, o diagnóstico é relativamente simples devido à clara relação temporal entre o evento vascular (AVC) e o aparecimento dos sintomas.
Outras alterações vasculares que também cursam com dificuldades cognitivas podem ser de diagnóstico mais difícil, já que o quadro clínico e a evolução dos sintomas podem se assemelhar a doenças degenerativas, como a Doença de Alzheimer. Nestes casos, a presença de alterações específicas em exames de imagem (como Ressonância Magnética), podem fornecer importantes pistas no diagnóstico.
A presença de diversos pequenos infartos cerebrais, pequenos sangramentos ou lesões da substância branca do cérebro frequentemente são suficientes para causar dificuldades cognitivas. Essas pequenas lesões podem passar despercebidas ao longo dos anos, até que seu acúmulo passe a gerar sintomas, principalmente lentificação na velocidade do raciocínio e dificuldades na memória. Outros sintomas comuns em pacientes com este tipo de demência vascular são: depressão, apatia (falta de iniciativa para atividades, indiferença), dificuldade na marcha e incontinência urinária.
A soma de lesões vasculares com outras doenças degenerativas (mais comumente Doença de Alzheimer) é extremamente comum, e é chamada de demência mista. Segundo alguns estudos, até 25% dos casos de demência tem contribuição da doença vascular cerebral. Isso pode fazer com que os sintomas de um quadro degenerativo sejam mais acentuados ou sua progressão seja mais rápida.
Já que esta condição é tão comum, como podemos fazer para preveni-la?
O fator de risco mais importante para demência vascular é a hipertensão arterial e portanto, é de se esperar que seu controle seja uma forma de prevenir esta doença. De fato, alguns estudos mostram este benefício, porém ele ocorre sobretudo durante a vida adulta, e é questionável em idades mais avançadas.
O controle de outros fatores de risco cardiovasculares como diabetes, tabagismo, obesidade e colesterol elevado também parece reduzir o risco de demência, sobretudo quando realizado desde o início da vida adulta. De maneira geral, um estilo de vida saudável ao longo da vida, com alimentação balanceada, atividade física regular, ausência de tabagismo e etilismo, são importantes na prevenção de demências no geral e, principalmente, da demência vascular.
Após realizado o diagnóstico, o tratamento envolve medidas gerais, como orientação aos cuidadores e pacientes, realização de atividades física, cognitiva e social. Já o tratamento farmacológico (com remédios) deve ser individualizado e prescrito pelo médico de acordo com o perfil de cada paciente.

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