Nova medicação para doença de Alzheimer


O mundo recebeu nos últimos dias a notícia da aprovação pelo FDA do aducanumabe, uma nova medicação para o tratamento da doença de Alzheimer. Até este momento, um número restrito de medicações são usadas para controlar alguns sintomas desta condição, mas sem interferir no seu processo neurodegenerativo.
Na última década, os pesquisadores e a indústria farmacêutica apostaram em um grupo de medicações com potencial de modificar o curso da doença: os anticorpos monoclonais anti-beta-amilóide. Sua ação proposta é eliminar o acúmulo desta proteína no cérebro, freando o processo degenerativo. Contudo, os resultados de estudos recentes foram desanimadores, sem benefícios reais aos pacientes.
Por um lado, a aprovação do uso do aducanumabe nos EUA traz otimismo frente a uma doença impiedosa de prevalência crescente. Por outro lado, temos que nos atentar a alguns fatos:
Os principais argumentos contra a aprovação desta medicação são:
– Os dados que embasam a decisão do FDA são questionáveis e ainda incertos. Por isso, será realizado acompanhamento dos pacientes para avaliar se há benefício clínico (fase 4 do estudo)
– Há imensa pressão da indústria farmacêutica e outros órgãos interessados para esta aprovação, gerando um importante viés;
– A medicação não foi aprovada pela ANVISA e, por isso, não pode ser comercializada no Brasil até o momento. Sua indicação é para casos leves de doença de Alzheimer, cujo diagnóstico é confirmado por exames de imagem ou líquor de custo elevado e ainda não disponíveis de maneira abrangente no território nacional. Além disso, o custo da medicação é extremamente elevado e seu uso exige acompanhamento médico frequente e realização de exames de imagem periódicos devido ao potencial de efeitos colaterais importantes, como inchaço cerebral.

Em resumo, podemos estar diante do primeiro de um novo tratamento para a doença de Alzheimer. Contudo, ainda é necessário cautela e discernimento para que a ciência não seja atropelada por interesses econômicos

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