A Doença de Alzheimer é o tipo mais comum de demência (para definição de demência, veja posts anteriores). Acredita-se que em torno de 12% da população brasileira acima de 65 anos de idade tenha quadro demencial.
Nos EUA, é estimado que aproximadamente 17,3 milhões de americanos tenham algum grau de comprometimento cognitivo (demência ou comprometimento cognitivo leve). Com o envelhecimento populacional a tendência é de um aumento ainda mais expressivo do número de casos de demências nas próximas décadas, já que o envelhecimento é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento desta condição degenerativa.
Mais alguns números para termos a real dimensão do problema:
- 80% dos pacientes com Doença de Alzheimer têm 75 anos ou mais;
- Das pessoas com 64 a 75 anos de idade, 2 a cada 1000 tem Doença de Alzheimer, enquanto nos maiores de 85 anos, 37 a cada 1000 têm a doença;
- Cerca de 2∕3 dos afetados são do sexo feminino, demonstrando maior expectativa de vida das mulheres, além de outros fatores biológicos.
Para falarmos de prevenção, precisamos entender quais são os fatores de risco. Já vimos que idade e sexo feminino aumentam o risco de doença de Alzheimer, e no post anterior falei sobre fatores genéticos. Mas todas essas características não são modificáveis.
Então quais são os fatores de risco modificáveis?
- Fatores de risco vasculares ∕cardiovasculares;
- Hipertensão Arterial
- Diabetes
- Dislipidemia (“colesterol alto”)
- Obesidade
- Sedentarismo
- Distúrbios do sono, como insônia e apneia obstrutiva do sono
- Traumatismo cranioencefálico ao longo da vida (principalmente quando repetitivo ou grave)
- Depressão tardia (principalmente no idoso) – não se sabe se é fator de risco ou manifestação precoce da própria doença
- Baixo nível educacional
- Baixo engajamento social
Dessa maneira, a melhor forma de reduzir o risco de desenvolver a doença é por meio de hábitos saudáveis:
- Alimentação balanceada;
- Atividade física: idealmente 30 minutos por dia, 5x por semana – intensidade moderada;
- Atividades cognitivas: atividades que exijam “esforço mental” e ao mesmo tempo sejam prazerosas para o indivíduo. Exemplos: leitura, jogos, atividades manuais e artísticas. É importante lembrar que atividades passivas, como assistir televisão sem propósito específico, não possuem benefício;
- Atividades sociais: evitar isolamento da família e amigos (exceto em tempos de pandemia, é claro). Participar de reuniões e conversar frequentemente com outras pessoas;
- Sono regular: evitar e corrigir distúrbios do sono, quando existirem;
- Prevenir e tratar transtornos de humor (principalmente depressão).
Essas são algumas das dicas sobre como reduzir o risco de demência. Atualmente muitos estudos estão em curso para comprovar cada um dos itens acima, além de outros ainda em pesquisa.
Dúvidas? Entre em contato, estou à disposição.
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